domingo, 9 de abril de 2017

A ETA cedeu e a paz voltou ao País Basco

Durante mais de cinquenta anos a Euskadi Ta Askatasuna, mais conhecida pela sigla ETA, foi um símbolo das aspirações independentistas bascas, mas também foi um instrumento da luta armada e da violência no País Basco do Sul, que inclui as províncias espanholas de Alava, Biscaia, Guipúscoa e Navarra. A ETA foi fundada em 1959 e as suas acções violentas iniciaram-se em 1968, tendo-se traduzido na morte de 829 pessoas e em ferimentos em alguns milhares, para além de algumas dezenas de sequestros.
Durante a ditadura franquista, a ETA teve o apoio da população basca e algum apoio internacional, mas com a democratização e a integração europeia da Espanha, a organização foi perdendo militantes, viu muitos dos seus dirigentes serem presos e tornou-se cada dia mais fraca.
Cada vez mais isolada socialmente e mais vulnerável à pressão policial das autoridades espanholas, mas também das autoridades francesas do País Basco do Norte, em 2011 a ETA anunciou o fim das suas actividades ou, como então salientou, um cessar-fogo. Há poucas semanas , a organização anunciou que no dia 8 de Abril faria a entrega de todo o seu armamento às autoridades francesas sob a supervisão de uma Comissão Internacional de Verificação. Ontem, no início do dia e conforme fora anunciado foi entregue às autoridades judiciais uma lista com a localização dos oito depósitos de armas, situados nos Pirenéus Atlânticos, onde se encontravam 118 armas, quase três toneladas de material para fabricar explosivos, muitos detonadores e 25.700 munições. A imprensa espanhola, como por exemplo o El Mundo, deu hoje um grande destaque a este acontecimento que significa o fim da luta armada da ETA, sem quaisquer condições. Agora é o tempo da justiça, da reconciliação, da paz e da luta política democrática, em que a Espanha terá que ter a sensibilidade democrática de respeitar o espaço cultural basco, porque o nacionalismo basco é centenário e não morreu.

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