sexta-feira, 21 de abril de 2017

Venezuela: hasta cuándo?

A Venezuela está a atravessar um período de grande perturbação política, com protestos e confrontos mais ou menos diários, em que a oposição da Mesa da Unidade Democrática (MUD) liderada nas ruas por Henrique Capriles, o governador do estado de Miranda e ex-candidato presidencial, contesta a presidência de Nicolás Maduro e a política chavista representada pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
A crise política e a luta contra a chamada revolução bolivariana, o modelo socialista adoptado por Hugo Chávez, não é nova. Em 2014 houve violentos confrontos e morreram 43 pessoas durante uma crise semelhante à actual, enquanto nas últimas semanas já foram contabilizados oito mortos, mais de uma centena de feridos e quase seis centenas de detidos. Naturalmente, a questão económica é relevante porque o país depende excessivamente do petróleo e das oscilações do seu preço que tem estado em baixa no mercado internacional, o que não tem sido nada favorável à Venezuela. Directa ou indirectamente a população sofre os efeitos da crise.
No quadro das instituições venezuelanas a Assembleia Nacional perdeu poderes e a luta política está nas ruas. A instabilidade é enorme e, segundo muitos observadores, pode resvalar para uma guerra civil, até porque são evidentes as intromissões estrangeiras no conflito venezuelano. Neste ambiente de incerteza e de inquietação, o diário colombiano El Universal faz uma pergunta com duplo sentido: Venezuela: hasta cuándo?
A numerosa comunidade portuguesa da Venezuela que totaliza cerca de 550 mil pessoas e que representa quase 2% da população venezuelana, olha com angústia e cepticismo para evolução do país. Hoje, o jornal i anunciava que “o governo português diz que tem barcos e aviões prontos para ir resgatar portugueses”. Esperemos que não seja necessário e que a Venezuela se acalme e resolva os seus problemas.

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