segunda-feira, 17 de julho de 2017

Afinal Cristas escolheu a Política Negativa

Na sua curta carreira política a presidente do CDS tem procurado ganhar a notoriedade de que precisa para ter votos, porque sem eles nunca  mais chegará ao poder, nem terá o apoio dos seus colegas de partido. Por isso tem tido uma vida difícil, até porque a vida político-partidária é muito dura e é sempre cruel para quem não vence. E ela não está a vencer, como as sondagens vão indicando.
Habituados a ter lugares (e tachos) no aparelho do Estado por fazerem parte daquela solução a que chamaram arco da governação, os militantes do CDS desesperaram com a solução governativa de António Costa, porque os surpreendeu e cada dia os afasta mais da esfera governativa e das benesses a que estavam habituados.
O CDS ficou prisioneiro da sua pequenez e da falta de notoriedade e de currículo da sua líder. Então, a jovem e muito ambiciosa Cristas decidiu espalhar cartazes pela cidade de Lisboa com a sua fotografia associada ao slogan Política Positiva. Esperavam-se ideias e propostas, bem diferentes do demagógico anúncio da criação de mais vintes estações do Metropolitano. Depois, teve a ligeireza de avançar para a presidência da Câmara Municipal de Lisboa, convencida que os seus antigos colegas do PSD a apoiariam, mas essa jogada falhou e, ela que nasceu em Angola, está sozinha e não convence ninguém com aquele slogan mentiroso d’A nossa Lisboa, porque ela não é lisboeta.
Até que aconteceu a tragédia de Pedrógão, o roubo de Tancos e muitos outros incêndios. Cristas não perdeu a oportunidade e esqueceu a Política Positiva, substituindo-a pela Política Negativa ou do bota abaixo, que tem tido larga difusão nas televisões, onde aparece todos os dias, quase sempre a dizer disparates, a insultar António Costa e a dizer mal de todos e de tudo, o que mostra a sua ignorância relativamente ao nosso país. De facto, há muitos problemas estruturais no nosso país, cuja resolução foi adiada durante muitos anos, incluindo os quatro anos em que Cristas tutelou a floresta portuguesa e onde não deixou de colocar os seus correlegionários, que ainda lá estão. Era melhor que tivesse mais bom senso, que se lembrasse do que fez ou não fez quando governou e que se deixasse da gritaria que nada resolve. Já ninguém tem paciência para a ouvir. É lamentável a forma como se aproveita desta tragédia para fazer política.

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