segunda-feira, 31 de julho de 2017

Onda de violência aumenta na Venezuela

A disputa política que está a acontecer na Venezuela teve ontem mais um episódio doloroso, com uma dezena de mortos e com a violência a atingir grandes proporções em Caracas, mas também em todo o país. Foi o dia das eleições para uma Assembleia Nacional Constituinte (ANC) que, segundo tem sido afirmado, se destina apenas a assegurar a possibilidade do Presidente Nicolás Maduro e os seus apoiantes se manterem no poder e a anular o papel do Parlamento que por larga maioria se lhes opõe.
Hoje, as notícias divergem e enquanto umas afirmam a vitória do governo, outras anunciam a derrota da deriva autoritária, o que significa que as partes estão extremadas. A própria imprensa venezuelana é o espelho dessa divergência e aparece hoje com títulos bem diversos, conforme o seu alinhamento político. Uns escolheram títulos como “8 089 320 votaron por la paz” (Ultimas Noticias) ou “Gobierno califica jornada de victoria constituyente” (El Universal), enquanto outros escreveram “Fracasó fraude constituyente” (El Nacional) ou “Electa ANC en medio de muertes y violencia” (El Informador) ou, ainda, “16 muertos durante elección de ANC chavista” (Diário 2001).
Curiosamente, a notícia destas eleições não tem destaque significativo na imprensa da América do Sul e até a imprensa brasileira quase a ignora, apesar de estar bem perto dos acontecimentos. A Espanha é o único país em que a generalidade da imprensa destaca a crise da Venezuela nas suas primeiras páginas, caso do diário La Razón, ilustrando-a com a expressiva fotografia da explosão de um petardo lançado pelos opositores ao regime de Maduro à passagem de uma coluna de polícias motorizados da Guarda Nacional Bolivariana. Dezenas de jornais espanhóis escolheram essa fotografia para ilustrar as suas edições.
O facto é que a tensão e a violência aumentam e não há notícia de quaisquer tentativas internas ou internacionais para chegar a um acordo, apesar de se verificar uma quase unânime condenação internacional do regime de Maduro. É preciso que o clima de guerra civil seja travado a tempo.

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