sábado, 29 de julho de 2017

Portugal e a grave crise venezuelana

No dia 14 de Abril de 2013, após a morte de Hugo Chávez, os venezuelanos elegeram Nicolás Maduro para seu presidente com 50,66% dos votos. A luta contra o chavismo já vinha de trás mas acentuou-se a partir de então, até porque o país atravessava uma profunda crise económica e social. Seguiram-se eleições parlamentares no dia 6 de Dezembro de 2015 e a oposição venezuelana unida em torno da Mesa de Unidade Democrática (MUD) conseguiu 56,3% dos votos, enquanto o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) que suporta Nicolás Maduro, se ficou pelos 40,9% dos votos. Pela primeira vez desde 1999, o chavismo e Nicolás Maduro perderam o controlo da Assembleia Nacional, o que originou que o país ficasse nas mãos de duas forças políticas opostas, embora ambas igualmente legitimadas pelo voto popular.
Desde então, a oposição tem procurado destituir Maduro por todos os meios legais, mas também através de manifestações, greves e outras acções de protesto que têm deslizado para confrontos de grande violência. A confusão e o caos instalaram-se na Venezuela com a degradação da vida pública e o aumento de actos de violência, assaltos e ajustes de contas. A falta de comida é cada vez mais sentida e referem-se 113 mortos em consequência dos confrontos. A imprensa internacional está atenta à gravidade da situação e a revista The Economist destacou o caos venezuelano na capa da sua última edição. Muitos observadores já descrevem um clima de guerra civil e muitas comunidades, como por exemplo a enorme comunidade portuguesa da Venezuela, parece já ter optado por regressar a Portugal por razões de segurança.
A mediação internacional parece ser a única via para encontrar uma solução rápida e honrosa para o país e para as partes em confronto. Nessa perspectiva, não há dúvidas que a diplomacia portuguesa pode prestar um grande serviço à causa da paz na Venezuela, em diferentes planos, isto é, através de António Guterres nas Nações Unidas ou de Augusto Santos Silva no Palácio das Necessidades. Se assim fosse e resultasse bem, era um sucesso maior que uma final europeia com golo de Éder...

Sem comentários:

Enviar um comentário