terça-feira, 1 de maio de 2018

As feiras e a hipocrisia dos políticos

Termina hoje a 35ª edição da Ovibeja e, de acordo com o que nos mostram as televisões, aquilo foi a passagem de modelos do costume, embora sem os jovens modelos que costumam desfilar pelas passerelles, mas com aquelas figuras que deambulam pela vida política e que aparecem nestas coisas para serem vistos e talvez para arranjar mais uns votos, até porque qualquer dia vamos ter eleições e há que procurar manter o estatuto, até porque a vida política não é nada desconfortável. Naturalmente que nem a cidade de Beja, nem a organização desta iniciativa que tanto anima e prestigia o Alentejo, têm a culpa.
A realidade é que a Ovibeja criou raízes como feira e como festa, que atrai visitantes e que mobiliza uma cidade e uma região e o facto é que não há figura política que se esqueça de ir a Beja e, se possível, falar para a televisão. Porém, o que interessa a essa gente é apenas aparecer, ser vista e ter microfones por perto, para além de nunca dispensar uma corte de fiéis figurantes à sua volta. É sempre assim. Aborrece e cansa. A feira propriamente dita, enquanto motor impulsionador das actividades agrícolas e agro-pecuárias alentejanas e amostra  do desenvolvimento tecnológico e da investigação científica aplicada, não lhes interessa nada. Nem os colóquios temáticos, nem os espectáculos e outras manifestações culturais lhes interessam.
A cidade de Beja não pode proibir esta gente de visitar a Ovibeja mas, no mínimo, devia desaconselhar esses políticos a fazê-lo, sobretudo aqueles que continuam a seguir o exemplo do Paulinho das feiras que, afinal, só gostava das feiras enquanto foi político. As feiras são, em última instância, um terreno fértil para a hipocrisia dos políticos, como se viu na Ovibeja que hoje encerra.

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