quarta-feira, 23 de maio de 2018

R.I.P. Júlio Pomar

Ainda se sucediam as justas declarações elogiosas sobre a vida e a obra de António Arnaut, quando fomos surpreendidos pela morte de Júlio Pomar, que nos deixou aos 92 anos de idade e era um dos mais inspirados pintores do modernismo e uma figura fundamental da arte portuguesa.
Ao longo de sete décadas de actividade não foi apenas a arte nas suas múltiplas facetas que o atraiu, pois foi também um democrata convicto e um homem de grande empenho social e político, de que resultou ter sido preso pela PIDE nos anos 1950 e ter passado quatro meses no Forte de Caxias, ao lado de Mário Soares, de quem ficou amigo.
Na sua multifacetada obra destacam-se os temas do erotismo, do fado e da tourada mas, sobretudo, os retratos, em especial os que fez de Fernando Pessoa e de Mário Soares, que figura na galeria dos Presidentes do Museu da Presidência da República. Em 2013 a sua vasta obra foi depositada no Atelier-Museu Júlio Pomar, uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, onde pode ser visitada pelo público.
O percurso artístico de Júlio Pomar e o tempo que viveu em Paris, tornaram-no um ícone da arte contemporânea portuguesa e a sua partida é um momento triste para a cultura portuguesa.
Os principais jornais portugueses prestam-lhe hoje uma justa homenagem nas suas edições, a que me associo.

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